Como somos um site que visa o compartilhamento da saúde de um modo científico e responsável, nada mais importante que buscar nossa própria saúde. Pensando nisso, criamos a série “Da obesidade à São Silvestre” para relatar os desafios semanais de um dos autores deste site, o Felipe Haberfeld. Nosso planejamento é que ele consiga, no dia 31/12/2017, completar a prova de 15 quilômetros mais famosa do Brasil e, quiçá, do mundo, a corrida de São Silvestre.

Esta corrida é sediada anualmente em São Paulo no dia 31 de dezembro e conta com diversos atrativos para participação. Entretanto, indo com mais calma, aqui começa o nosso relato:

“Olá, amigos leitores, meu nome é Felipe Haberfeld. Orgulhosamente, médico formado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Coaching em formação pelo Instituto Brasileiro de Coaching. Como começou tudo isso?

No último ano da faculdade, temos a ideia de que após nos formarmos a vida toda estará encaminhada. Tudo dará muito certo. Entretanto, não é bem assim. Com as provas de residência batendo à porta e com o medo de me tornar médico, iniciei uma espiral desesperada em busca de conhecimento e, nesse caminho, abdiquei da qualidade de vida.

Meu objetivo primário era ser aprovado em uma boa residência médica na carreira de neurologia (minha grande paixão!) e iniciar este processo de aprimoramento o mais em breve o possível. Só que a vida toma rumos que não escolhemos…

Passando na residência

Conforme foram chegando as provas, eu me perguntava se estava preparado e, à todo momento, julgava que não. Até que veio a primeira prova. UERJ. Fui pior do que esperava e desesperei. Troquei a prova de residência médica da UNIFESP pela da UFRJ por ter mais vagas e ser mais barata (nas provas, a grana de inscrição, passagem aérea, alimentação e hospedagem começa a pesar). Buscava aprovação, principalmente, na UFF (única instituição que me faria permanecer no rio de janeiro, minha terra natal), UNICAMP (fixação pelo interior de SP) e Santa Marcelina (um dos maiores centros médicos do país).  Dentre tantas e tantas provas, tudo foi se resolver em fevereiro quando fui aprovado em algumas instituições, entre elas, a UFF e o Hospital Santa Marcelina em SP. Escolhi UFF devido à infância em Niterói, pelo modo como fui recebido na instituição e pela fama de excelência na neurologia. Entretanto, voltando um pouco no tempo – em fevereiro, ocorreu um fato não tão esperado…

Marinha do Brasil

Liberado pela Aeronáutica e declarado não-voluntário para o serviço militar obrigatório, contava como quase certa minha liberação. Pensava apenas que, caso servisse, seria uma boa oportunidade para juntar um dinheiro e viver novas experiências. Entretanto, sempre planejamos, mas nunca esperamos que algo ocorra… o pensamento mágico de que seria liberado rondava lentamente meu encéfalo.

Em janeiro, apresentei-me no Palácio Duque de Caxias e, ao ser encaminhado para um anfiteatro, fui noticiado de que já estava a serviço da Marinha do Brasil. Fazer o quê? Bola para frente e vamos trancar a residência.

A vida que nenhum recém-formado espera…

Iniciei uns seis projetos paralelos associados. Além da Marinha e um emprego que havia conseguido nos sábados com plantão de 24 horas. Quando eu vi, havia passado seis meses de formado, namoro de dez anos indo pro saco, pesando 104 kg mal distribuídos em 1,76m, trabalhando uma média de seis dias por semana e sem ver meus pais há tempos. Não demorou muito para a vida desandar…

Nesta infelicidade, veio o fim do meu namoro, um estado de apatia beirando à depressão, muito trabalho, zero exercício físico, muito sono, pouco tempo dormindo e muito café.

Em outubro, resolvi mudar minha vida. Como o sócio em um site que fala sobre saúde poderia continuar nessa caminhada em um busca das doenças cardiovasculares?

Iniciei uma dieta Dukan, musculação e a correr. Até que, no meio de outubro, uma amiga me falou sobre a prova de São Silvestre que ocorreria em dezembro…

Pensei, por que não eu?

E aqui começa nossa caminhada com texto semanais. No momento estou pesando 96 kg e correndo uma média de 20 km por semana. Tenho certeza que conseguirei. Entretanto, gostaria de dividir contigo as delícias e os desafios, de modo a estimular pessoas que, assim como eu, pensam que a vida não pode se resumir a sofrimento e espera por um momento que não chega.

Um abraço e vamos com tudo!!”